quarta-feira, 14 de setembro de 2011

PLANO ESTRATÉGICO DE TURISMO - PET

Fábio Ortolano*

APRESENTAÇÃO
A elaboração de um plano estratégico de turismo pressupõe discorrer sobre os parâmetros básicos e ações preliminares que visam promover estruturas e elementos do turismo em dada localidade.
O PET – Plano Estratégico de Turismo de Americana deve orientar tanto gestores e equipe responsável pela implantação/acompanhamento do turismo no município quanto a comunidade local, a qual deve estar intimamente ligada com o desenvolvimento de tal atividade. 
Assim, vislumbra-se o turismo como uma atividade econômica e, sobretudo, sócio-cultural. Como meio de interação social, desenvolvimento local e amadurecimento da população em sua autogestão, corroborando na construção de sujeitos políticos.
A ideia é transformar Americana num pólo receptivo de turistas da região metropolitana de Campinas, principalmente por suas singularidades de atrativos e atrações, bem como diversificar sua economia e organização social. Trata-se de refletir e implantar uma atividade que pode ser desenvolvida visando à melhoria da qualidade de vida da população.
Objetivamente, pode-se, assim, melhorar a imagem da localidade na visão da população local, do poder público nos níveis estadual e federal e de empresários, trazendo bons frutos aos munícipes e ao governo local.

INTRODUÇÃO
Já em 2007 o Turismo representava 3,6% de contribuição ao Produto Interno Bruto (PIB) do país, excluídos os impostos. Foi o setor que mais cresceu na economia do país no período de 2003 a 2007. As atividades turísticas registraram aumento de 22% ante os 19,3% apurados pela economia brasileira. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no dia 22 de outubro de 2010, conforme a redação do Abril Notícias.
De acordo com Luciani e Ishikura (2006) o turismo é comumente associado a viagens e deslocamentos, o que de realmente é o fato mais concreto da manifestação da atividade, entretanto, o turismo não se limita a isso, é um campo de atividade profissional que exige pessoas preparadas a criar e gerenciar esses serviços, é um fator de incremento econômico. Considera-se também uma ferramenta de desenvolvimento social e de impacto nas relações sociais estabelecidas na prestação dos serviços. Assim, compete ao Estado organizar e definir estratégias para o desenvolvimento do Turismo.
E segundo Casimiro (2002) o segmento do turismo compõe-se de setores com grandes possibilidades de gerar novos postos de trabalho, principalmente. O autor ainda aponta em sua pesquisa que, de maneira geral, o turismo doméstico apresentou-se um pouco mais eficiente que o turismo internacional no Brasil, medindo-se essa eficiência em termos de unidades de emprego e unidades monetárias de impostos indiretos líquidos, renda das famílias e valor adicionado por unidade de acréscimo no consumo dos turistas. Diante disso, ressalta-se a importância da implantação de políticas e programas para promover o desenvolvimento do segmento turístico do Brasil, tendo em vista que o turismo contribui para o crescimento da economia nacional.
O MTur - Ministério do Turismo apresenta como missão o desenvolvimento do turismo como uma economia sustentável. Com papel relevante na geração de empregos e divisas, proporcionando a inclusão social. Cabe a tal ministério inovar na condução de políticas públicas com um modelo de gestão descentralizado, orientado pelo pensamento estratégico.

AMERICANA – SP HOJE
Atualmente, Americana cidade interiorana do estado de São Paulo, com aproximadamente 209 mil hab. (Censo 2010), apresenta um dos melhores IDH da RMC e possui alguns atrativos/atrações diferenciais, tal como a Festa do Peão de Boiadeiro, o 8º Maior Observatório Nacional, o Zoológico Municipal, um dos maiores do país e referencia na região, a Gruta Dainese e a Igreja Matriz de Santo Antônio, esta em estilo neoclássico.
O atual Planejamento Estratégico de Governo para o Turismo (PEG – T) no município traz como missão proporcionar o lazer e o entretenimento aos munícipes de Americana e atividades turísticas aos visitantes, de maneira eficiente e com ética. “Elevando-se o turismo a uma categoria econômica de relevância e promotora de políticas públicas orientadas pelas diretrizes: educação e turismo, preservação e turismo e turismo receptivo”.
Além disso, o planejamento apresenta como visão tornar a cidade referencia na prática da hospitalidade integradora. Para tanto, aponta como valores a cultura da paz; a ética; a generosidade; o respeito à diversidade sociocultural e a integração pública.
O PEG – T dispõe seus objetivos em dois eixos: os institucionais e os mercadológicos, sendo os últimos divididos em três fases, curto, médio e longo prazo. Se tratando dos objetivos institucionais, coloca-se a consolidação do turismo como atividade econômica de relevância ao município, a implantação do conceito de hospitalidade integradora e criar uma imagem que destaque o município no segmento de negócios, especialmente na área técnico-científica.
No que diz respeito aos objetivos mercadológicos, destaca-se a identificação do perfil dos visitantes; a elaboração de ações que orientem a compreensão do consumo do território; o destaque à gastronomia integrada com eventos culturais, elaborar diretrizes que possibilitem a parceria público-privada; elaborar calendário integrado; disponibilizar roteiros convencionais e temáticos; definir as segmentações turísticas prioritárias, concluir inventário de atrativos convencionais; realizar treinamento técnico; elaborar um plano estratégico público-privado.

PLANO ESTRATÉGICO DE TURISMO - PET
O PET visa ser um documento base para construção de políticas de estado e não de governo. Propõe o desenvolvimento do turismo sustentável, baseado principalmente em três segmentos da atividade, o ecoturismo, o turismo histórico-cultural e o de negócios.
O turismo deve ser compreendido pela comunidade como parte dela, não como uma atividade separada. Essa abordagem facilita a integração do mesmo com a vida social e econômica da comunidade.
Assim, um bom plano deve articular as aspirações e visões de uma comunidade e prever a base política para a implementação de decisões que envolvam o desenvolvimento.
Reunir as pessoas para planejar o futuro de sua comunidade é, basicamente, uma maneira de revigorar a democracia e a governabilidade local, contudo não se trata de uma tarefa fácil. E motivar as comunidades para uma autogestão e auto-desenvolvimento parece-nos um desafio.
Diante disso, a participação de todos os atores locais no processo de planejamento pode tornar o processo complexo, contudo a prática de ações coletivas por um bem comum, mesmo que em contextos de conflito, pode contribuir para estabelecer uma lógica sustentável e fazer da tomada de decisões futuras mais consensuais.
O planejamento do turismo refere-se a um processo contínuo, não um esforço pontual. A comunidade local precisa querer seu desenvolvimento. Cada etapa do processo deve ser aberta para mudanças em resposta a circunstâncias adversas e imprevistas.
Para NEIMAN o Ecoturismo têm se revelado uma ferramenta de resgate de vínculos ancestrais, caracterizados pelo contato com áreas naturais, colaboração entre membros de pequenos grupos no sentido de superarem adversidades comuns, contato físico, companheirismo etc.
Além disso, o autor coloca que o ecoturismo oferece possibilidades de uma discussão sobre os comportamentos culturalmente arraigados e a necessidade de sua transformação baseada na sustentabilidade. A prática de atividades especiais, que intensifiquem o contato ser humano e a natureza, pode contribuir para o afloramento dos vínculos supracitados e
trazer uma mudança dos hábitos culturais que, bem direcionados, podem tornar-se úteis para os educadores ambientais formais ou informais.
A participação da comunidade local no processo de planejamento e desenvolvimento do ecoturismo é fundamental para que haja comprometimento com a conservação dos recursos. Dessa forma, o ambiente pode possibilitar às pessoas uma vida digna, sem conflitos associados a danos à biodiversidade, como poluição das águas, ar e solo e também desastres como deslizamento de encostas e alagamento.
Sobre o turismo histórico-cultural, ou, mais comumente, apenas “turismo cultural”, ainda é no Brasil uma atividade em vias de desenvolvimento. De fato, a percepção que a maioria dos profissionais do turismo tem sobre o potencial para gerar atividades turísticas inerentes ao universo da cultura brasileira ainda se encontra muito aquém do que seria desejável.
O turismo histórico-cultural envolve práticas de percepção do patrimônio, atenção aos patrimônios materiais e imateriais que um povo possui, à salvaguarda dos mesmos e à compreensão de uma cultura, sobretudo, pluralista. Sendo assim, é importante que as ações contidas num plano estratégico, bem como qualquer outra que venha a ser aplicada numa localidade sempre considere a ligação e importância que as práticas terão com o coletivo local, e conseqüentemente, com sua cultura e história.
Nessa lógica, pontua-se que o desenvolvimento da atividade turística seja pautado na gestão participativa, e que, num inventário do patrimônio histórico-cultural de uma localidade, todas as regiões, faixas-etárias e extratos sociais estejam contemplados. Estas referências são indispensáveis a pesquisadores e gestores baseados em conceitos e práticas sustentáveis.
E finalmente, o turismo de negócios, o segmento do turismo mais expressivo na atualidade na cidade de Americana, bem como nos municípios ao seu entorno.
De acordo com o IEVEC (Indicadores Econômicos das Viagens Corporativas) o turismo de negócios movimenta anualmente R$ 33,6 bilhões no Brasil. As empresas gastam, por ano, cerca de R$ R$ 15,5 bilhões em viagens. O segmento de transporte aéreo consumiu 59,4% em 2006 dessa receita; eventos representam 6,2%; hospedagem representa 29,1% e locação representa 5,1%.
Tal segmento, com seus números em ascensão, possibilita o suporte a outras fatias da atividade turística. Ou seja, se há um conjunto de equipamentos que se desenvolvem a partir de suas demandas, por que não explorá-los em outros ramos, como a rede hoteleira e a de A&B, que além de receberem esses turistas de negócios podem investir em outros públicos.
Nesse contexto, o Plano Estratégico de turismo visa organizar, promover e dar visibilidade ao turismo no município de Americana. Dessa maneira, o PET torna-se uma ferramenta norteadora de estratégias e ações a fim de se alcançar um objetivo, sendo essencial para a administração pública, pois auxilia na comunicação entre as áreas envolvidas e na compreensão das responsabilidades de cada setor/membro da equipe.

*Bacharel em Turismo pela UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS campus Sorocaba 


- Quem tiver interesse no material completo: fabio_ortolano@hotmail.com

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Centro de Americana

Antigas residências FEPASA. Foto: Fábio Ortolano

Centro. Foto: Fábio Ortolano

Biblioteca "Jandira Basseto". Foto: Fábio Ortolano

Biblioteca "Jandira Basseto". Foto: Fábio Ortolano
Praça Comendador Müller, Centro. Foto: Fábio Ortolano


Fonte da Praça Comendador Müller, Centro. Foto: Fábio Ortolano