quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Vamos Salvar a Gruta!

Gruta Dainese - Pelo direito à memória
Por Fábio Ortolano
Lembro-me como se fosse ontem quando eu e meu irmão gêmeo passávamos as tardes no bairro vizinho ao que fomos criados, ficávamos na casa de uma senhora, a Dona Perpétua, que nos cuidou por nove anos enquanto minha mãe trabalhava. Saíamos quase todas as manhãs da Vila Dainese rumo ao São Roque, primeiro para ir à creche, depois ao parquinho e anos mais tarde para freqüentar a quarta série do ensino fundamental na escola estadual Marcelino Tombi.
São tantas lembranças de infância, como as brincadeiras de rua, as travessuras em meio às árvores e aos grandes, diria gigantescos para época, canos de uma futura obra pública de saneamento no bairro. Não me esqueço quando num entardecer uma cobra surgiu no terreno da casa do nosso amigo Renan. Foi um rebuliço na rua, vizinhos correndo para ver a rastejante que nos parecia uma coral, de listras vermelhas, brancas e pretas. Com sucesso o avô do nosso amigo conseguiu se livrar no animal peçonhento.
Provavelmente, como todos diziam, vinha ela – a cobra - do buracão. Assim era conhecida a região da Gruta Dainese. A ausência de uma identidade para aquele local o transformava num simples orifício que rasgava a terra e corria uma nascente. E de lá surgiam também diversos causos alimentados pela garotada e até pelos idosos. Uma de um gado que teria escorregado em uma das quedas d’água de lá, outra que um garoto ao brincar de trampolim caíra na pequena represa que se formava entre as pedras, mas que nada havia acontecido.
A última vez que estive lá foi nesse ano mesmo, junto a um amigo que mora ao lado da gruta. Eu que sempre fui apaixonado por aquele lugar, não me esqueço de uma frase que ele me disse nesse passeio: “Nossa, tinha até me esquecido como aqui é bonito”. E penso o quão triste é saber que até as pessoas que amam aquele local, porque sei que ele compartilha desse sentimento comigo, esquecem de alguma forma que ele existe.
Daí, entendo que isso se dá por essa desconstrução de identidade local, por exemplo, ao chamarmos de buracão, algo tão genérico que se perde perante o simples significado de todas as coisas que classificamos como um furo, uma abertura. Não é como falar do Jardim Botânico ou do Zoológico Municipal que estão, na medida do possível, preservados. Pelo menos os moradores dos nobres bairros que estão no seu entorno não reclamam. Entende o que quero dizer, caro leitor?
Trata-se de um silêncio público, sobretudo de nossos gestores que transformam a gruta nesse buracão. E para os colegas munícipes que não conhecem tal local eu descrevo-o em apenas algumas palavras. A Gruta Dainese trata-se de uma das maiores, se não a maior área natural de Americana, possui três quedas d’águas, uma delas de 18m de altura, paredões de pedra, bromélias, samambaias, e outras espécies vegetais de mata atlântica. Quando eu mostro algumas fotos que tirei esse ano ninguém acredita que é em Americana. E sabe o que nós munícipes e gestores públicos fazemos dela? Um buracão.
Eu já perdi a conta dos milhares de reais que a gruta já recebeu nos últimos anos, eu particularmente suponho e contabilizo mais de 12 milhões nos últimos dez anos. E nesse tempo só vi cercarem uma parte de seu entorno, com alambrados que hoje nem existem mais, e agora estão construindo uma pista de caminhada às suas margens. Apenas isso. Pergunto-me para onde foram todos os recursos captados nos últimos anos? O que foi feito de educação ambiental e preservação da memória das comunidades do entorno? Quantas mudas de árvores foram plantadas para recuperação da flora, inclusive nas áreas que estão sofrendo erosão?
Desde os tempos de menino, sempre acompanho o que acontece com a gruta e só a vejo nos discursos dos gestores públicos em época de eleição. Um desrespeito total para com os cidadãos, para com suas responsabilidades públicas e profissionais, para com o mundo. Nem mesmo o partido verde (PV) que por seus princípios ambientais deveria cuidar desse patrimônio, nunca vi militar, de fato, por essa causa. Nenhum político até hoje levantou essa bandeira como se fosse a mais importante. O máximo que fazem é serem simpatizantes a uma ação do outro, até porque quem discordará em preservar um patrimônio ambiental? Bem, até alguém querer, já perdemos o direito à nossa memória, consumimos um patrimônio não só ambiental, mas imaterial também, como os contos da meninice.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

PLANO ESTRATÉGICO DE TURISMO - PET

Fábio Ortolano*

APRESENTAÇÃO
A elaboração de um plano estratégico de turismo pressupõe discorrer sobre os parâmetros básicos e ações preliminares que visam promover estruturas e elementos do turismo em dada localidade.
O PET – Plano Estratégico de Turismo de Americana deve orientar tanto gestores e equipe responsável pela implantação/acompanhamento do turismo no município quanto a comunidade local, a qual deve estar intimamente ligada com o desenvolvimento de tal atividade. 
Assim, vislumbra-se o turismo como uma atividade econômica e, sobretudo, sócio-cultural. Como meio de interação social, desenvolvimento local e amadurecimento da população em sua autogestão, corroborando na construção de sujeitos políticos.
A ideia é transformar Americana num pólo receptivo de turistas da região metropolitana de Campinas, principalmente por suas singularidades de atrativos e atrações, bem como diversificar sua economia e organização social. Trata-se de refletir e implantar uma atividade que pode ser desenvolvida visando à melhoria da qualidade de vida da população.
Objetivamente, pode-se, assim, melhorar a imagem da localidade na visão da população local, do poder público nos níveis estadual e federal e de empresários, trazendo bons frutos aos munícipes e ao governo local.

INTRODUÇÃO
Já em 2007 o Turismo representava 3,6% de contribuição ao Produto Interno Bruto (PIB) do país, excluídos os impostos. Foi o setor que mais cresceu na economia do país no período de 2003 a 2007. As atividades turísticas registraram aumento de 22% ante os 19,3% apurados pela economia brasileira. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no dia 22 de outubro de 2010, conforme a redação do Abril Notícias.
De acordo com Luciani e Ishikura (2006) o turismo é comumente associado a viagens e deslocamentos, o que de realmente é o fato mais concreto da manifestação da atividade, entretanto, o turismo não se limita a isso, é um campo de atividade profissional que exige pessoas preparadas a criar e gerenciar esses serviços, é um fator de incremento econômico. Considera-se também uma ferramenta de desenvolvimento social e de impacto nas relações sociais estabelecidas na prestação dos serviços. Assim, compete ao Estado organizar e definir estratégias para o desenvolvimento do Turismo.
E segundo Casimiro (2002) o segmento do turismo compõe-se de setores com grandes possibilidades de gerar novos postos de trabalho, principalmente. O autor ainda aponta em sua pesquisa que, de maneira geral, o turismo doméstico apresentou-se um pouco mais eficiente que o turismo internacional no Brasil, medindo-se essa eficiência em termos de unidades de emprego e unidades monetárias de impostos indiretos líquidos, renda das famílias e valor adicionado por unidade de acréscimo no consumo dos turistas. Diante disso, ressalta-se a importância da implantação de políticas e programas para promover o desenvolvimento do segmento turístico do Brasil, tendo em vista que o turismo contribui para o crescimento da economia nacional.
O MTur - Ministério do Turismo apresenta como missão o desenvolvimento do turismo como uma economia sustentável. Com papel relevante na geração de empregos e divisas, proporcionando a inclusão social. Cabe a tal ministério inovar na condução de políticas públicas com um modelo de gestão descentralizado, orientado pelo pensamento estratégico.

AMERICANA – SP HOJE
Atualmente, Americana cidade interiorana do estado de São Paulo, com aproximadamente 209 mil hab. (Censo 2010), apresenta um dos melhores IDH da RMC e possui alguns atrativos/atrações diferenciais, tal como a Festa do Peão de Boiadeiro, o 8º Maior Observatório Nacional, o Zoológico Municipal, um dos maiores do país e referencia na região, a Gruta Dainese e a Igreja Matriz de Santo Antônio, esta em estilo neoclássico.
O atual Planejamento Estratégico de Governo para o Turismo (PEG – T) no município traz como missão proporcionar o lazer e o entretenimento aos munícipes de Americana e atividades turísticas aos visitantes, de maneira eficiente e com ética. “Elevando-se o turismo a uma categoria econômica de relevância e promotora de políticas públicas orientadas pelas diretrizes: educação e turismo, preservação e turismo e turismo receptivo”.
Além disso, o planejamento apresenta como visão tornar a cidade referencia na prática da hospitalidade integradora. Para tanto, aponta como valores a cultura da paz; a ética; a generosidade; o respeito à diversidade sociocultural e a integração pública.
O PEG – T dispõe seus objetivos em dois eixos: os institucionais e os mercadológicos, sendo os últimos divididos em três fases, curto, médio e longo prazo. Se tratando dos objetivos institucionais, coloca-se a consolidação do turismo como atividade econômica de relevância ao município, a implantação do conceito de hospitalidade integradora e criar uma imagem que destaque o município no segmento de negócios, especialmente na área técnico-científica.
No que diz respeito aos objetivos mercadológicos, destaca-se a identificação do perfil dos visitantes; a elaboração de ações que orientem a compreensão do consumo do território; o destaque à gastronomia integrada com eventos culturais, elaborar diretrizes que possibilitem a parceria público-privada; elaborar calendário integrado; disponibilizar roteiros convencionais e temáticos; definir as segmentações turísticas prioritárias, concluir inventário de atrativos convencionais; realizar treinamento técnico; elaborar um plano estratégico público-privado.

PLANO ESTRATÉGICO DE TURISMO - PET
O PET visa ser um documento base para construção de políticas de estado e não de governo. Propõe o desenvolvimento do turismo sustentável, baseado principalmente em três segmentos da atividade, o ecoturismo, o turismo histórico-cultural e o de negócios.
O turismo deve ser compreendido pela comunidade como parte dela, não como uma atividade separada. Essa abordagem facilita a integração do mesmo com a vida social e econômica da comunidade.
Assim, um bom plano deve articular as aspirações e visões de uma comunidade e prever a base política para a implementação de decisões que envolvam o desenvolvimento.
Reunir as pessoas para planejar o futuro de sua comunidade é, basicamente, uma maneira de revigorar a democracia e a governabilidade local, contudo não se trata de uma tarefa fácil. E motivar as comunidades para uma autogestão e auto-desenvolvimento parece-nos um desafio.
Diante disso, a participação de todos os atores locais no processo de planejamento pode tornar o processo complexo, contudo a prática de ações coletivas por um bem comum, mesmo que em contextos de conflito, pode contribuir para estabelecer uma lógica sustentável e fazer da tomada de decisões futuras mais consensuais.
O planejamento do turismo refere-se a um processo contínuo, não um esforço pontual. A comunidade local precisa querer seu desenvolvimento. Cada etapa do processo deve ser aberta para mudanças em resposta a circunstâncias adversas e imprevistas.
Para NEIMAN o Ecoturismo têm se revelado uma ferramenta de resgate de vínculos ancestrais, caracterizados pelo contato com áreas naturais, colaboração entre membros de pequenos grupos no sentido de superarem adversidades comuns, contato físico, companheirismo etc.
Além disso, o autor coloca que o ecoturismo oferece possibilidades de uma discussão sobre os comportamentos culturalmente arraigados e a necessidade de sua transformação baseada na sustentabilidade. A prática de atividades especiais, que intensifiquem o contato ser humano e a natureza, pode contribuir para o afloramento dos vínculos supracitados e
trazer uma mudança dos hábitos culturais que, bem direcionados, podem tornar-se úteis para os educadores ambientais formais ou informais.
A participação da comunidade local no processo de planejamento e desenvolvimento do ecoturismo é fundamental para que haja comprometimento com a conservação dos recursos. Dessa forma, o ambiente pode possibilitar às pessoas uma vida digna, sem conflitos associados a danos à biodiversidade, como poluição das águas, ar e solo e também desastres como deslizamento de encostas e alagamento.
Sobre o turismo histórico-cultural, ou, mais comumente, apenas “turismo cultural”, ainda é no Brasil uma atividade em vias de desenvolvimento. De fato, a percepção que a maioria dos profissionais do turismo tem sobre o potencial para gerar atividades turísticas inerentes ao universo da cultura brasileira ainda se encontra muito aquém do que seria desejável.
O turismo histórico-cultural envolve práticas de percepção do patrimônio, atenção aos patrimônios materiais e imateriais que um povo possui, à salvaguarda dos mesmos e à compreensão de uma cultura, sobretudo, pluralista. Sendo assim, é importante que as ações contidas num plano estratégico, bem como qualquer outra que venha a ser aplicada numa localidade sempre considere a ligação e importância que as práticas terão com o coletivo local, e conseqüentemente, com sua cultura e história.
Nessa lógica, pontua-se que o desenvolvimento da atividade turística seja pautado na gestão participativa, e que, num inventário do patrimônio histórico-cultural de uma localidade, todas as regiões, faixas-etárias e extratos sociais estejam contemplados. Estas referências são indispensáveis a pesquisadores e gestores baseados em conceitos e práticas sustentáveis.
E finalmente, o turismo de negócios, o segmento do turismo mais expressivo na atualidade na cidade de Americana, bem como nos municípios ao seu entorno.
De acordo com o IEVEC (Indicadores Econômicos das Viagens Corporativas) o turismo de negócios movimenta anualmente R$ 33,6 bilhões no Brasil. As empresas gastam, por ano, cerca de R$ R$ 15,5 bilhões em viagens. O segmento de transporte aéreo consumiu 59,4% em 2006 dessa receita; eventos representam 6,2%; hospedagem representa 29,1% e locação representa 5,1%.
Tal segmento, com seus números em ascensão, possibilita o suporte a outras fatias da atividade turística. Ou seja, se há um conjunto de equipamentos que se desenvolvem a partir de suas demandas, por que não explorá-los em outros ramos, como a rede hoteleira e a de A&B, que além de receberem esses turistas de negócios podem investir em outros públicos.
Nesse contexto, o Plano Estratégico de turismo visa organizar, promover e dar visibilidade ao turismo no município de Americana. Dessa maneira, o PET torna-se uma ferramenta norteadora de estratégias e ações a fim de se alcançar um objetivo, sendo essencial para a administração pública, pois auxilia na comunicação entre as áreas envolvidas e na compreensão das responsabilidades de cada setor/membro da equipe.

*Bacharel em Turismo pela UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS campus Sorocaba 


- Quem tiver interesse no material completo: fabio_ortolano@hotmail.com

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Centro de Americana

Antigas residências FEPASA. Foto: Fábio Ortolano

Centro. Foto: Fábio Ortolano

Biblioteca "Jandira Basseto". Foto: Fábio Ortolano

Biblioteca "Jandira Basseto". Foto: Fábio Ortolano
Praça Comendador Müller, Centro. Foto: Fábio Ortolano


Fonte da Praça Comendador Müller, Centro. Foto: Fábio Ortolano



quarta-feira, 16 de março de 2011

Vista aérea

Foto: Fábio Ortolano

Foto: Fábio Ortolano

Carioba

O Complexo Vila Carioba, em Americana, foi tombado pelo CONDEPHAAT (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico). O complexo corresponde a Igreja São João Batista, Indústria Fiomatex (antiga fábrica de fitas e elásticos), antigo grupo escolar, antiga sede da Associação de Mútuo Socorro, toda a residência Hermann Muller (incluindo casa do caseiro, antiga garagem e antigo celeiro, tratamento paisagístico da piscina e terreno vizinho), residências do conjunto da vila operária, açougue da caixa d’água, usina Cariobinha e conjunto de galpões de fábricas têxteis.

Clique na imagem para ampliá-la. 


Hidrelétrica de Carioba. Foto: Caleb Araujo

Hidrelétrica de Carioba. Foto: Caleb Araujo
Hidrelétrica de Carioba. Foto: Fábio Ortolano
Hidrelétrica de Carioba. Foto: Caleb Araujo 
Hidrelétrica de Carioba. Foto: Caleb Araujo

Hidrelétrica de Carioba. Foto: Caleb Araujo

Hidrelétrica de Carioba. Foto: Caleb Araujo


Hidrelétrica de Carioba. Foto: Fábio Ortolano

Ribeirão Quilombo. Foto: Fábio Ortolano
Casa de Cultura Hermann Müller. Foto: Fábio Ortolano
Antiga Fábrica de Tecido de Carioba. Foto: Fábio Ortolano
Ruínas "Castelinho". Foto: José Eduardo Angelini Milani
Coleção Carioba. 
Fonte: Americana conta sua história em fatos e prosas. 
Autores diversos. 
Igreja São João Batista. Foto: Portal da Prefeitura de Americana
Em 1925, os moradores do Bairro Carioba fundaram uma comunidade católica dedicada a São João Batista e construíram uma pequena capela entre as casas da colônia, junto ao Ribeirão Quilombo. O povo operário, motivado pela fé, realizava celebrações pela devoção aos santos, como a coroação da imagem da Virgem Maria e procissões em louvor ao padroeiro, João Batista. Com a prosperidade da Fábrica de Tecidos Carioba e o crescimento do bairro, a capela à beira do Quilombo ficou pequena para acolher a todos. Em 1946, o local escolhido pelos moradores é a estrada que levava a antiga leiteria, o ponto mais alto e visível do bairro.
Em 29 de junho de 1947, foi lançada a pedra fundamental na presença do Sr. Bispo Diocesano de Campinas, Dom Paulo Tarço. Em 1949, foi realizada a primeira Santa Missa na Capela, ainda inacabada, sobre o altar mor em mármore branco. Nos anos seguintes, todo o acabamento foi concluído e a capela passou a abrigar celebrações solenes.  Em 1971, uma ampliação foi feita nos fundos do prédio, com a construção de um barracão e um grande forno à lenha. A vida na comunidade foi intensa até 1976, quando veio a crise, a Fábrica de Tecidos foi fechada e o bairro foi desocupado. Em 1994, os antigos moradores do bairro se reuniram e ressurgiu a comunidade. Entre os anos de 1996 a 1999, voltou a acontecer a festa do padroeiro e a capela passou por uma grande reforma, com a recuperação do telhado e a construção de um galpão para eventos. Fonte: Portal da Prefeitura de Americana.
Antigas Fábricas de Tecido de Carioba. Foto: Luiz Ardito

Antigas Fábricas de Tecido de Carioba. Foto: Fábio Ortolano


A Fábrica de Tecidos Carioba foi uma das primeiras tecelagens paulistas, fundada em 1875 pelo engenheiro William Pultney Ralston, associado aos irmãos fazendeiros Antonio e Augusto de Souza Queiroz. Em 1884, a tecelagem é adquirida pelos irmãos ingleses Clement e George Willmot, que a ampliaram, fazendo algumas melhorias, e iniciaram a construção da Vila Operária. Também foram eles que em 1889 a batizaram como Fábrica de Tecidos Carioba, palavra que em tupi significa "pano branco". Após a abolição da escravatura, em 1888, os irmãos ingleses, que também eram proprietários da Fazenda Salto Grande, ficaram endividados com o Banco do Brasil e acabaram falindo em 1896, passando a fábrica por um hiato de cinco anos, até ser leiloada em 1901. No leilão, a fábrica foi comprada pelo alemão Franz Müller em associação ao seu irmão Hermann Theodor e o inglês Rawlinson, formando a firma Rawlinson e Müller & Cia. A intenção inicial do Comendador Franz Müller era de recolocar a fábrica em funcionamento para em seguida vendê-la. Mas acabou se mudando com toda sua família para o local. Começaram, então, os investimentos no bairro da Carioba com a reabertura da fábrica, ampliação dos salões e reabertura da Vila Operária. Em 1919, havia uma produção de sete milhões de metros quadrados de tecido de algodão que empregava 720 operários e contava com 215 moradias; em 2000 o número de funcionários subiu para 2 mil. Para que toda essa expansão tivesse êxito, foi construída, entre os anos de 1907 a 1911 (ano de funcionamento), a usina hidrelétrica nas águas do Rio Atibaia, na Fazenda Salto Grande, para geração de energia para o bairro. Em 1935, após a venda da usina para a Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL), o Comendador constrói a Barragem da Cariobinha para geração de energia para o Bairro Carioba, a Vila Operária e as fábricas. Após a morte do comendador Müller, quem assumiu a direção foi seu filho Hermann. Devido à Segunda Guerra Mundial, o bairro Carioba e as fábricas foram vendidas para o Grupo JJ Abdalla, que inicialmente promovia a expansão da vila e das fábricas, mas devido a não conseguir vencer a concorrência começou o declínio de Carioba. Fonte: Portal da Prefeitura de Americana.


Museu Histórico e Pedagógico "João da Silva Carrão"

 Fotografia.  Portal da Pref. de Americana
Na época do Brasil Imperial, aos finais do século XVIII, Domingos da Costa Machado, nascido em Portugal, se estabelece numa sesmaria que alcançava até as terras de Santa Bárbara D'Oeste, a qual havia sido concedida pela Coroa. As terras eram destinadas à produção Agrícola. 

Já no início do século XIX, o Guarda-Mor Manoel Teixeira Vilela adquiriu as terras onde foi construído um solar em taipa de pilão, conhecido como Casarão do Salto Grande, tornando-se sede da fazenda de mesmo nome. 

Este edifício possui grande importância arquitetônica por ter mesclado influências paulistas e mineiras em sua construção. Na época, a cana-de-açúcar era cultivada para produção de açúcar e aguardente. 

Posteriormente, em 1835, na administração de Antônio Manoel, filho de Manoel Teixeira Vilela, passa ser cultivado o café

Na década de 1870, a fazenda é desmembrada e passa a ser propriedade de Major Francisco de Campos Andrade. Em 1887, os imigrantes italianos chegaram na localidade para trabalharem no cultivo do café, morando em colônias nas proximidades e dentro da fazenda. 

Em 1907, a família Müller adquiri a propriedade junto as terras de Carioba. A Fazenda adota a policultura e a criação de gado leiteiro e de corte. Já em 1908, tem início a construção da usina hidroelétrica, concluída em 1911. 

No ano de 1944, João José Abdalla compra a fazenda junto com todas as terras de Carioba, sendo este o último proprietário do casarão. Em 1946, a casa sede passa a funcionar como armazéns, consultórios médicos e odontológicos. 

Na fazenda retorna o cultivo da cana-de-açúcar até a década de 1960, época em que se inicia a construção da usina que nunca foi utilizada para seu fim original. 

Em 1971, após acúmulo de dívidas, a família Abdalla faz um acordo com a prefeitura e o casarão passa a ser um museu. 

O Museu Histórico e Pedagógico “Dr. João da Silva Carrão” foi criado em 1971 pelo Governo do Estado e permaneceu instalado no prédio do antigo Paço Municipal até o início de 1974, após isso ainda teve duas sedes. Em 1975, a Prefeitura Municipal de Americana desapropriou o Casarão do Salto Grande e, após reformas, o museu instalou-se em suas dependências em 1977. João da Silva Carrão, conhecido como Conselheiro Carrão, nasceu na época do Brasil Império, foi um advogado, jornalista e político brasileiro. O acervo do local é composto por objetos que pertenceram a americanenses que contribuíram para a formação histórica do município. Com maior ou menor valor, existem desde peças que foram utilizadas na Revolução de 1932 e na 2ª Guerra Mundial, até coleções de moedas, mobiliário médico e dentário, móveis e objetos antigos

No dia 15 de abril de 1982 a edificação foi tombada pelo CONDEPHAAT como monumento de interesse histórico-arquitetônico. 

O casarão está localizado na cabeceira do Rio Piracicaba, na confluência dos Rios Atibaia e Jaguari. 



Fontes: Portal da Prefeitura de Americana e Projeto Raízes.



Museu "João da Silva Carrão" | O Casarão. 2015 © Fábio Ortolano


Museu "João da Silva Carrão" | O Casarão.  2015 © Fábio Ortolano


Museu "João da Silva Carrão"  e Usina de Açúcar | O Casarão.  2015 © Fábio Ortolano

Museu do Salto Grande | Produção: 3 Marias

Basílica de Santo Antônio



Para acessar o site oficial, clique aqui.


Devido ao crescimento da cidade foi necessária a construção de uma nova igreja, e foi assim, que sob intenso trabalho de Monsenhor Nazareno Maggi, idealizador da Basílica, iniciaram-se, em 1950, as obras da então Matriz de Santo Antônio. As previsões de custo assustaram os católicos e para arrecadar fundos foram feitas várias campanhas na época. A pintura da igreja ficou a cargo dos irmãos italianos Pedro e Uldorico Gentilli, havendo também a participação do pintor e restaurador, Alberto Ettore Gobbo. Pedro Gentilli começou a trabalhar em 1961 e acabou falecendo envenenado pela tinta que usava em 8 de agosto de 1968. Adoeceu quando pintava o quadro da morte de São José, que foi mantido inacabado. A obra da pintura da igreja continuou com seu irmão Uldorico Gentilli, que terminou o trabalho em 1972. Em 22 de abril de 1972 falece Monsenhor Maggi sem ver totalmente pronto o projeto que dedicou toda sua vida. Os retoques finais da igreja foram concluídos em 1977. Santuário No dia 13 de junho de 2013, Dia do Padroeiro e feriado municipal, a Matriz foi elevada ao grau de Santuário Diocesano de Santo Antônio de Pádua, o nono dedicado ao Santo no Brasil. A Missa de Elevação foi presidida pelo Bispo Diocesano de Limeira, Dom Vilson Dias de Oliveira, DC. Basílica Exatamente um ano após ser decretada Santuário os fiéis receberam a notícia da elevação ao grau de Basílica menor, mais alto posto que uma Igreja pode alcançar. Em tempo inédito de análise e aprovação, pouco mais de um mês, o decreto de criação foi assinado pelo Papa Francisco no dia 30 de maio de 2014 e apresentado no dia 13 de junho de 2014 pelo Bispo Diocesano de Limeira, Dom Vilson Dias de Oliveira, DC. A Missa de Instalação da Basílica ocorreu no dia 30 de novembro de 2014 sendo presidida pelo Arcebispo de Aparecida e Presidente da CNBB, Cardeal Dom Raymundo Damasceno Assis, e concelebrada pelo Arcebispo de Campinas, Dom Aírton José dos Santos, por Dom Vilson, pelos Bispos de Bragança Paulista, Dom Dom Sergio Aparecido Colombo, e de Almenára Dom José Carlos Brandão Cabral, pelo Reitor da Basílica, Padre Leandro Ricardo, Padres, Diáconos e Seminaristas da Diocese. Cerca de 5 mil fiéis acompanharam a leitura do Decreto de Criação da Basílica e a entrada dos símbolos que vão ficar perenemente expostos no altar: um tintinabulo e uma umbela, lembrando a todos que ali se encontra a ‘Casa do Papa’, pois agora a Igreja de Americana passa a ser uma extensão do Vaticano. Arquitetura A Basílica é a maior igreja da Diocese de Limeira e a maior do estilo neoclássico do Brasil. Tem 22 metros de altura, 80 metros de comprimento e 30 metros de largura. Sua cúpula tem 50 metros de circunferência e seu piso se estende por 42 metros. A igreja tem forma de cruz latina, com cinco naves e transepto com cúpula sobre o cruzeiro. A fachada é formada por seis colunas que sustentam a torre. Fonte: Portal da Basílica Santo Antonio de Pádua


Igreja Matriz Nova de Santo Antônio. Foto: Fábio Ortolano
Igreja Matriz Nova de Santo Antônio. Foto: Fábio Ortolano
Igreja Matriz Nova de Santo Antônio. Foto: Fábio Ortolano


Igreja Matriz Velha de Santo Antônio. Foto: Fábio Ortolano


Avenida Brasil

Cartão Postal da cidade, a Avenida Brasil situa-se na área central. Possui majestosas palmeiras-imperiais, sendo bastante prestigiada pela juventude de Americana e região. Totalmente revitalizada, ela abriga bares e restaurantes com vasta programação musical e gastronômica. Corredor de acesso ao Zoo Americana, a avenida é frequentemente utilizada pelos americanenses para a prática de caminhadas, corridas ou pedaladas. Fonte: Portal da Prefeitura de Americana.


Avenida Brasil. Foto: Fábio Ortolano, 2011.
Avenida Brasil. Foto: Fábio Ortolano, 2015.
Avenida Brasil. Foto: Fábio Ortolano, 2015.
Avenida Brasil. Foto: Portal da Prefeitura de Americana


Praia dos Namorados e Praia Azul

Situadas no km 124 da Rodovia Anhanguera, a Praia dos Namorados e a Praia Azul são formadas pelas águas do Rio Atibaia, devido ao represamento de suas águas para a construção da barragem do Salto Grande. Ambas compreende uma área de lazer da cidade que possui quiosques, bares e lanchonetes. Fonte: Postal da prefeitura de Americana.


Foto: Fábio Ortolano
Barco escola na Praia dos Namorados. Foto: Joviniano Netto
Praia Azul. Foto: Portal da Prefeitura de Americana
Praia dos Namorados, década de 1980.
Foto extraída da página "Americana conta sua história em fatos e prosa".
Praia dos Namorados, década de 1980. 
Foto extraída da página "Americana conta sua história em fatos e prosa".
Autora: Silvia Pegorari Mastrodi

Foto: Fábio Ortolano



Parque Ecologico "Cid Almeida Franco" | Zoo

Para acessar o site oficial, clique aqui.


"O Parque Ecológico Municipal de Americana "Engº Cid Almeida Franco", foi inaugurado em 12 de outubro de 1984 e está localizado no final da Avenida Brasil, com uma área de 120 mil m². Até a data de inauguração, parte da área onde está o parque ecológico era utilizada como local de produção de mudas de árvores e arbustos que serviam para abastecer as praças da cidade. Posteriormente, ele foi transformado em um dos mais bem estruturados zoológicos do Estado de São Paulo. Nossa história inicia-se com o então Prefeito Carrol Meneghel, que administrou a cidade entre os anos de 1983 a 1986. Tinha como diretor de Obras e Serviços Urbanos o Engº José Luiz Motta, que em 1983 designou os funcionários Elisabete Bonin (Arquiteta), Luciano Penachione (Arquiteto) e João Carlos Tancredi (Engº Agrônomo) para desenvolver o projeto de implantação do zoológico. Em sua inauguração, foi homenageada a família do Engº Cid Almeida Franco, que foi responsável pela instalação do antigo horto. Atualmente, uma das grandes finalidades do zoológico é utilizar os animais mantidos em cativeiro para realizar trabalhos de Educação Ambiental, tentando mostrar a grande responsabilidade na sobrevivência das espécies animais e vegetais. Hoje animais silvestres estão ameaçados de extinção, não porque os zoológicos os mantêm em cativeiro, mas por causa da destruição dos seus habitats naturais ou por causa do comércio ilegal. O Zoo mantém animais em cativeiro para aprender, pesquisar e reproduzir as espécies silvestres com o objetivo de garantir a sobrevivência das populações nativas. O Parque Ecológico é muito conhecido pelos Programas de Educação Ambiental que são desenvolvidos com crianças, professores, jovens e pessoas da comunidade. Foi inaugurado em 05 de junho de 1997 o NEA – Núcleo de Educação Ambiental, onde vem sendo desenvolvido o trabalho educacional, especialmente com escolas de 1º e 2º graus que visitam a área do parque ecológico durante o ano. Contamos com um plantel de aproximadamente 500 animais, entre répteis, aves e mamíferos, mais de 100 espécies diferentes, sendo que 80% das espécies pertencem à fauna brasileira, e várias espécies ameaçadas de extinção, o que mostra a preocupação com o estudo e a conservação dos animais brasileiros. Além dos animais em cativeiro, que recebem cuidados especiais, como recintos bem elaborados e boa alimentação, a área do parque ecológico recebe inúmeras espécies de aves livres e comuns na cidade, que encontram condições ambientais e de captura de alimento para sua sobrevivência". (Portal do Parque Ecológico). 


Zoológico. Foto: Fábio Ortolano
Zoológico. Foto: Fábio Ortolano

Jardim Botânico. Foto: Fábio Ortolano

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Zoológico. Foto: Fábio Ortolano

Biblioteca Municipal

Foto: Fábio Ortolano

Foto: Fábio Ortolano

Câmara Municipal | Antigo Educandário Divino Salvador

A Câmara municipal de Americana está situada no antigo edifício do Educandário Divino Salvador, colégio histórico no município, gerido pelas Irmãs Salvatorianas. A Missão Brasileira ganhou status de Província no ano de 1947 e a primeira sede provisória foi instaurada na cidade de Jundiaí/SP, local em que as Irmãs Salvatorianas desenvolviam um trabalho na Creche Argos. A Provincial, Ir. Ehrenfrie da Holster escolheu a cidade de Americana, acreditando ser aí um local adequado para a nova fundação. No dia 28 de Janeiro de 1949, as Irmãs chegam em Americana/SP, sendo muito bem acolhidas por Monsenhor Nazareno Maggi. Foi a primeira Congregação Religiosa a chegar em Americana/SP, berço do futuro Educandário Divino Salvador. O apostolado exercido inicialmente pelas Irmãs Salvatorianas em Americana se estendeu a educação com o ‘Educandário Divino Salvador’ destinado a cursos: Infantil, Primário, Ginasial e Normal, também os cursos de piano, balet, judô, pintura, corte e costura, bordado e desenho. (Fonte: Site da província salvatoriana brasileira)


"Talvez, por sua altura, um mirante traga aos olhos do observador uma totalidade sagrada. Olhando de cima, atentos, podemos (re)dimensionar a vida, o cenário, as coisas e nós mesmos. O mirante das fotos está em nossa cidade e é do antigo Educandário Divino Salvador (Atualmente Câmara Municipal). Em seu pé, um Ipê branco floresce para compor a cena. Conheça Americana Sptur"! - Texto publicado na página do Americana Sptur


Câmara de Americana, antigo "Educandário Divino Salvador". Foto: Fábio Ortolano

Câmara de Americana, antigo "Educandário Divino Salvador". Foto: Fábio Ortolano

Câmara de Americana, antigo "Educandário Divino Salvador". Foto: Fábio Ortolano

Câmara de Americana, antigo "Educandário Divino Salvador". Foto: Fábio Ortolano

Câmara de Americana, antigo "Educandário Divino Salvador". Foto: Fábio Ortolano

Câmara de Americana, antigo "Educandário Divino Salvador". Foto: Fábio Ortolano

Câmara de Americana, antigo "Educandário Divino Salvador". Foto: Fábio Ortolano

Câmara de Americana, antigo "Educandário Divino Salvador". Foto: Fábio Ortolano

Câmara de Americana, antigo "Educandário Divino Salvador". Foto: Fábio Ortolano
Câmara de Ameticana, antigo "Educandário Divino Salvador". Foto: Fábio Ortolano